Com_traste

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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Réplicas de uma estação


Olhei o semáforo
Pareceram horas intermináveis
A obrigatoriedade de parar inquieta-me
Aproveito o som que parece escolhido por mim
E os dedos pedem a um cigarro que se instale entre dois
O mundo mexe-se em meu redor
As pingas do pára-brisas dão um toque especial ao dia
Nada é o que parece
E eu sorrio por saber que a primavera mente
Descarada!
O pisca assinala a minha direcção
Mas naquela espera mudo de ideias
Por saber impossível…
Apanho a mão que dizem ser minha
Viro a direcção no sentido assinalado
Sabendo que mais à frente farei inversão de marcha
E o Jorge continua a cantar que imperdoável é o que não vivi…
Sorri, gosto de sorrir sozinha enquanto conduzo
Os dedos matam os restos do cigarro
E eu teimo em não limpar as pingas…
O mundo com uma película a protege-lo
Parece-me um produto embalado no supermercado
Outro semáforo intromete-se entre mim e o destino
Olho as horas e já são aquelas que não vi passar
Estaciono
Cheguei…mas peço ao carro que aguarde por mim, não demoro!

http://www.youtube.com/watch?v=ib3mycVOEig&...

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