Com_traste

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Íris...


E subitamente surgiu ali, no céu infinito de azul
Em tarde de choros já passados e em queda livre derramados
Refrescava assim o tempo e o coração
Afinal ainda não era verão, diziam os incrédulos de sempre
Afinal o tempo já é outro, diziam os convictos do mal dos homens
E eu apenas disse:
Afinal existes!
E olhei-te sorrindo, vendo cada cor do teu corpo em arco
Imaginando ouro sobre azul
E lilás,
E amarelo,
E verde,
E vermelho…
E todas as cores que surgem quando se tocam os seres
Afinal existes!
Disse ao mesmo tempo que te dissipaste no meu céu…
E subitamente voltou a chover … gota a gota em mim
Todas as cores ..e no fim..bem dentro dos nossos olhos …o tesouro guardado!
Afinal existes!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Mirar..gens




A angústia dos momentos negros
Ou apenas dos momentos de cores incertas
Transforma a visão lúcida das coisas
Tornamo-nos invisuais selectivos
Aparentemente inconscientes do facto
Sentamo-nos frente a um espelho
Drasticamente deixa de espelhar
Torna-se lodo, como areias movediças
Em que nos vemos a afundar
Sem pestanejar
Silenciosos
Lentamente deixamo-nos ir
Como se tivesse que ser…assim!
E continuamos a pentear os cabelos sem brilho
A colocar a cor negra nos lábios rubros
Nas faces um toque de pó
Nos olhos as sombras
Roupas predestinadas
Aquelas que nos mostram disformes
Contra correntes ou modas
Saltos rasos
Mala cheia
E o espelho sem espelhar a imagem verdadeira do que somos.