Com_traste

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ISTO É UMA ESPECIE DE MENSAGEM D FELIZ QUALQUER COISA


Da estrada já trazia uns vastos passos nos mesmos sapatos de sempre, os meus pés.
Nem sei bem com que idade comecei a andar, nem sei se gatinhei.

Mas tenho a memória de grandes viagens nos meus olhos, desde o 1º dia que me obrigaram a deixar o rio da minha mãe.

Somando tudo, dará à volta de 44 anos nos olhos..não sei quantos passos nos pés. Crescemos todos com um mundo nós bolsos e o outro mundo para agarrar fora de nós. Não me dei conta do tamanho do mundo dos meus bolsos enquanto criança, aprendi que o mundo que havia fora e em que podia caminhar era grande..muito grande diziam.

Um dia vi que até já podíamos ir à lua…com os pés.

Nos meus olhos e nos meus bolsos já lá tinha viajado antes.

Nem sei bem como se passam 44 anos sem conseguirmos aprender a medir esses anos em passos…se um ano tem 12 meses, cada mês tem à volta de 4 semanas, estas têm sete dias, os dias tem horas, as horas minutos e estes segundos..devo ter dado muitos passos nestes anos!!

Claro que há que contar com a diferença do tamanho das pernas e dos próprios passos em cada ano da minha vida…e sem duvida que houve momentos que corri, outros em que saltei...e outros ainda que simplesmente fiquei parada…

Com olhos, até mesmo enquanto fechados sei que com eles viajei .. . nem me atrevo a tentar fazer a conversão de 44 anos em olhares!!!!

Sabendo que tenho, alem dos outros olhos da minha mãe, muitos outros olhares que descobri e com eles aprendi a caminhar, será sem duvida uma conta complicada de fazer..alem de que não saberia avaliar em dias, meses ou anos os olhares de espanto, ternura, admiração, duvida, compreensão medo, amor e tantos, tantos outros sem nome que sei que já tive e irei ter.

Pronto, desisto de fazer contas aos olhos, bolsos ou passos que trago dentro de mim! Resta-me pensar agora como contar o fim de um ano e o início de outro que se avizinha. Ora bem..deve ser muito mais fácil pois então..

O fim deste ano é já amanhã..irei contar as horas do dia, os passos que andar e somar ao meus olhos (os bolsos são tipo máquina de calcular..e daquelas a energia solar..sempre gostei de trazer o sol na algibeira como um dia ouvi alguém contar..) e terei o resultado de ..

”APENAS” MAIS UM DIA DOS MEUS 44 ANOS…

O inicio do ano que vem…hummmmmm estarei parada? A saltar? a andar? Só saberei ao 1º segundo. Mas há uma certeza, o resultado será a soma de 44 anos, 11 meses, 15 dias..mais o que trago nos bolsos, nos pés e no olhar …e por fim junto todos os meus SONHOS…uiiiiiiiiiiiii nem sei quanto isto irá dar…mas há todo um caminho que se avista daqui até à lua.

MEUS AMIGOS..NÃO FAÇAM CONTAS DE CABEÇA, VIVAM COM A SOMA DO QUE TRAZEM EM VÓS
(ok ok..é igual ao que escrevi em 2008, não há inspiração pra mais este ano..crise!!)

sábado, 26 de dezembro de 2009

Cocktail Social...


Bebe mais um copo, dizes com sorriso maquilhado.

E eu bebo.

Fumo um cigarro enquanto do outro lado do meu ser te olho

Sei-te mentira!

Dás-me asco!

Contenho o vómito

E bebo sorrindo.

Olho cúmplice um outro olhar que sinto aberto

Puro

Verdade

Sei que me diz, "não bebas!"

Mas bebo...

Aceito o cálice pintado de ouro contendo o tóxico venenoso de ti

E bebo como quem domina a fera

Lentamente

Muito lentamente...

Confiante no antidoto da minha verdade

Controlo a vontade de jogar por terra o liquido

Bebo lentamente

Muito lenta..mente

E bebo sorrindo.

Olhos nos olhos

E só assim sei que entendes e não mais serei cobaia

Vitima

presa fácil

Agora bebo sim

controlo a irreverência que me caracteriza

Aprendi a conter a dor e já não vomito palavras de revolta

Não me desgasto

Não me consumo

Bebo, agora bebo sim


E depois serei eu que te diz...bebe!

Não por vinhança, mas por teres que morrer assim..

Bebe!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Deixem-me inventar o Amor sff


Não me apetece ter mais vontade iguais a tantas outras
Nem dizer as palavras doces que já antes adocicaram outras bocas
Não me apetece ser assim… qualquer outra

Poderei alguma vez ser só e apenas ..a louca

E nem desejar

Nem querer

Nem sentir demais do que é esperado

Ser apenas ser..

Eu

Sem o meu Eu ser igualado

E depois o Tu Que me baralha o ser

Pensar ser assim, só por Eu em Ti me perder

E do Tu e Eu fazer um Nós

Sem outro Nós acontecer

Mas já tudo está inventado

E mesmo parecendo que não

O Eu e Tu deixa de ser invenção

Plagiado o Nós

Com mais que uma conjugação

Existe Um Tu e Eu

Um Eu e Tu

Um Tu e Ela

Um Eu e Ele

Um Tu e Elas

Um Eu e Eles

Todos… Nós.

E assim se perde a origem e originalidade do ser

Qualquer poeta escreveria igual

Qualquer actor fingiria a mesma dor

Qualquer Eu seria Tu

Qualquer Tu seria Eu

Todos ..Nós

E que me resta afinal se nem sei ser original?

Inventarei uma outra que ainda pensando ser louca

Se invente apenas Desigual.

Nesse dia não se repetirão palavras de Amor pelos poetas

Não se escutarão músicas já antes suspiradas

Nem se darão os beijos em bocas já pintadas

E se querer inventar o Amor for ousadia

Que se escreva amor sem a grafia

Que se amem os corpos sem poesia viciada.

Não quero ser cópia da vossa fantasia

Deixem-me ser o invento

A origem da poesia Ser a causa, a razão e primeira criação do Amor.
Depois?

Era alquimia e em cada novo amor uma outra forma se criava…

rodeado de vapores e cores
cheiros, liquidos nunca antes misturados E por fim a solução explodia e um novo amor se inventava

Desigual

E nenhum de Nós se repetia

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Magia...Ilusão


Nada na manga
Nada na outra
Ilusionista, artista de circo
Concentremo-nos nas mãos
Hábeis, dançarinas, aladas, parecendo levar tudo nelas
Em trocas de Nadas
Escondendo em bolsos as cartas marcadas
Por amor ou desamor
Com dor ou sem dor
Cartas de corações rubros
Cheias de cor e em tamanho desumano
Voltas e reviravoltas
Golpes de mestre
Toques de mágico
Perlimpimpim
Abracadabra
E na manga onde antes se colocara quase Nada…simplesmente Nada aparece
Apenas letras soltas, sem sentido de amor ou dor, caem pelo chão
Silencio…mas logo depois um grito!
Magnifico!!
Fabuloso!
Aplausos de pé
Sorrisos incrédulos
Bis Bis Bis
Gritos histéricos reclamam
Queremos ver o Nada
Queremos que nos faça, mais uma vez… de tolos
Bis Bis Bis
E ele volta
Agradecendo sorrindo
Silencio!
Rufam tambores…
Param rumores..
Nada na manga
Nada na outra
Chapéu completamente cheio de … Nada
Batem corações
Abrem-se os olhos ao tamanho do palco
Concentram-se nos gestos
Risos nervosos..
Abracadabra
Perlimpimpim
E na cartola onde antes se guardaram lenços, de limpar os Nadas dos olhos
Sai um Nada aos molhos
Deitando salpicos sobre o publico feliz
E mais uma vez
Aplausos
E… Bis Bis Bis
Queremos mais Nada ainda
Queremos os olhos!
E ele segue a vaidade que o puxa
E nós mantemo-nos patetas com arrepios na pele
Ao vê-lo agarrar na serra e na caixa de papelão
Cortando ao meio um coração
Não disse palavras mágicas
Não mostrou as mangas
Nem Abracadabra
Nem Perlimpimpim
E Nada ali se desfez em gente
E Nada ali se levantou
E das mãos do magico contente
Apenas um amor terminou
Nem aplausos
Nem Bis Bis Bis…Nada!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Arquitecto de sonhos, Mestre de Obras ou Artista (escolha)





Rasga-me a pele como folha de papel
Depois de amarrotada pelas mãos
Corta
Recorta
Origami em tuas mãos
Eu deixo…deliciada… deixo…
Dobra-me
Desdobra-me
Desfaz vincos
Re…marca-me a pele
Ao meio
Pelas pontas
Arredonda-me os vértices
Aguça-me os círculos
Eu deixo…deliciada…deixo
Faz-me pássaro…e eu voo
Aperta
Rasga
Puxa
Alisa-me as penas…
Des…faz-me novamente e reinventa-me outra…
em outra coisa qualquer
Flor de lótus
ou mariposa
Faz-me barco de pa..pele
em mar revolto de nossas águas
Eu deixo..deliciada..deixo
É em tuas mãos que minha pele se com…verte
É com elas que me formas as formas desfeitas no corpo
Des..fazes-me para que me possa moldar à alma
Rasgada em fragmentos meus
Pelas tuas mãos…deliciosamente recomposta… em nós.
Eu deixo…deliciada…deixo…
Depois cuidadosamente dispo-me
Guardando o fa©to de ocasião no guarda-vestidos de noites minhas
Olho-me ao espelho e aliso as rugas da pele
Sorrio,
Quase como nova (penso)
Sei-me ainda projecto por terminar…

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Aiiiiiiiiiiii aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii






















Abrimos a boca com um suspiro …de ar contaminado por sonhos
Respirando o tempo que não se tem em cada batida do coração
Bate
Bate
Bate
Parando por breves segundos…
Nesse momento sentimos a morte… no vazio do pensamento que não temos
Por segundos, breves segundos, morremos ..nem damos por isso
Estamos distraídos, entretidos a olhar o ar que entra e sai de nós ..em suspiros.
Abrirmos a boca com um suspiro…de ar poluído
Engasgando-nos de falsos oxigénios
Tossimos sem máscaras protectoras
Quantas vezes andaremos por ai….quantas?
Mas vivemos ainda…inteiros, pensamos.
Bate
Bate
Bate
Sorrimos…sente-se nos pulsos, nos pés descalços,
No pescoço esguio, quando nos sentimos grandes e de cabeça bem levantada.
Sente-se na cabeça..quando já nem dói..muito.
Nas costas…
Não, não conseguimos sentir nas costas..quando virados, são simplesmente o lado que não vê..não sente…dizem
Mas na barriga sim..
Na barriga quando prenhes…de nós mesmos, engravidamos constantemente…
Putas vidas que trazem filhos na barriga, no colo, na estrada em que se vendem.
Filhos de tantos sonhos, de nome falsos, de parecenças com todos os que nem com elas se deitam…de paternidade duvidosa e maternidade dolorosa, filhos adoptados por vidas outras, cada vez que se alimentam suspiros.
Abrimos a boca num suspiro…
Fingimos inspirar quando simplesmente nos enchemos de nós.
Cerrando os olhos em cada possível expiração
Para encher o peito com mais do que o próprio permite
Inchados
Voláteis
Balões de ar inexistente
Voamos…