Não sei se foi por chegar a primavera
Se por vontades induzidas pelo palato
Lembrei do tempo das amoras silvestres
Quando num jeito delicado me disseste
Para que retira-se as meias
E tal como antes
Em que pelo meio das silvas me perdia
Deslizei a mão do mesmo jeito
Com algum receio e sem preceito
E tu sorrias
E de mãos ainda nervosas
E salivando mesmo antes de trincar
Prendi o meu no teu olhar
Enquanto tua boca se prendia
Tal como o fruto que eu antes colhia
A pele
Amora doce
Rubra
Bravia
Sacia agora a fantasia
De fruto silvestre na tua mesa
Noite e dia
Sem comentários:
Enviar um comentário