Com_traste
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Reencarnação
Não chovia há muito
A pele criava uma capa grossa protectora
Abrindo gretas sangrentas
Como oásis nos desertos.
E a terra empapada de recordações de antes
Criava covas fazendo pequenos lagos de memórias
Os peixes voavam em círculos
Sobrevoando como abutres todos os seres decadentes
Alimentando-se dos insectos que habitualmente falam ao ouvido dos homens.
Esvaziavam-se os mares
As veias e os pensamentos
Os tristes tentavam chorar em vão
Pedras de sal caiam dos seus olhos a cada lamento
E nem os gulosos salivavam mais
Solidificavam-se as palavras e os beijos
E nas praças, os homens estatua paravam nas horas mortas
Iriam morrer de sede
Depois de um coma profundo de solidão.
Choveria torrencialmente no dia seguinte
Morrendo os cadáveres por afogamento
E ao fim do sétimo dia…ninguém ressuscitou .
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