Com_traste

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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Até Amanhã...


Tenho sono
Mas o sonho não me deixa dormir
Insiste no som
No cheiro
Nas imagens
Que me perseguem noite e dia
Mas não é castigo
É prazer daquele que dói um pouquinho
Assim remoendo cá dentro nas entranhas
E eu sorrindo, ao mesmo tempo que me contorço de dor
Tenho sono!
Digo-me em segredo para ninguém escute
Porque me sinto cansada
Exausta
Por vezes ausento-me da vida
Só ás vezes…
E não necessito de dormir
Nessas horas
Sou-me mais
Sou-me inteira
Una
Deixo-me possuir pela imensidão que me assedia diariamente
E a loucura que temo toma-me como sua
Essa sede
Essa fome
Essa ganância até
De deixar-me possessa de mim mesma
Enche-me as horas em que não durmo
E no escuro
E no silêncio
Encho de claridade a alma
E grito de gozo sádico para os morcegos
Nos olhos dormem depois todas as criaturas
Que descubro acordada em horas adormecidas
No peito, sonham todas as esperanças
Que mantenho algemadas às veias
E por isso vivo
Quer durma quer não
Porque me sei desta condição
E não temo a falta de sono que vos perturba
Tenho sono!
E agora vou…desistir …só até amanhã…de mim.

1 comentário:

  1. "No peito, sonham todas as esperanças
    Que mantenho algemadas às veias..."

    E quando assim sentimos, não é sono que nos derrube. 1Bj

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