Com_traste

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Crónicas Marcianas


Hoje novamente vos condeno
À pena máxima que a ilegalidade da minha lei permite
Morte
Ao diz que disse
Ao consta que
Ao sabes a ultima?
Aos falatórios das esquinas sem pu.tas
À língua dos filhos da própria
Às Dolores das dores dos outros
Às Madalenas nunca arrependidas
Aos crentes num Deus que não lhe tem perdão
Aos Diabos mais pobres que os pobres diabos
Morte ao fala barato que causa a inflação
Ao contrabandista da palavra nunca por ele verbalizada
Ao zum zum sem mel
À picada sem ferrão
E a todos os comentadores vendidos
A todos os vendedores de comentários
Aos otários
Notários dos assuntos mal resolvidos
Aos falsários assumidos
Aos ovários que nos causam aflições
Até aos engenheiros das obras embargadas
Aos dentistas que nos tiram a dentada
Aos doutores que já nem atendem dores
Aos sociais membros desta porra colectiva
À mentira
À verdade
Á ideia que vos passa pela cabeça
À madeixa que deixa a tinta na gola da camisa
À imagem que é capa de revista
À fadista que chora fados repetidos
Ao bandido que se deixar apanhar
À lei sem rua
Às regras dos jogos da glória
À palavra
Ao silencio
Ao enforcado que na letra se findou
À veia que trafica a falsa alma
À calma
À confusão que em mim se instalou
E morte à morte do que não consigo matar
Para que viva como prova do perdão
Serei a pena que não se cumpre
E tudo o que faça seja apenas ilusão
A quem lhe importa?
Morta a causa
Finda a razão
E em Marte…nada de novo!

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