Com_traste

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Intervalos pouco Lúcidos



Apaga a luz
Dizia ela ao seus olhos franzidos
E momentaneamente…fechou-os
Pegou num cigarro de sabor a chocolate
E mesmo de olhos fechados
Deliciou-se naquele paladar
Enquanto o fumo desenhava corpos lambuzados
Soava a tal canção nos seus ouvidos
E lentamente deixou que um canto do olho se iluminasse novamente
Num abrir pisca-pisca
Revelou a sua intermitência
Confundia-se entre a realidade à luz do dia
E a fantasia nocturna
E se ordenasse o silencio aos seus ouvidos?
Ou ainda que o pensamento deixasse de o ser?
Constante duvida a atormentava
Queria um vácuo
Onde sem visão, som ou memória
Ficaria unicamente com o sabor do chocolate enrolado em fumo na sua boca
Mas ela já não se comandava como antes
Antes seria a morte se lhe apetecesse morrer
E nem pulsos precisaria, caso a vontade de se findar a tomasse de vez
Mas agora, agora tinha dois pulsos sem vontade
Sangravam unicamente por vicio
Desfalecera antes enumeras vezes
E eles, já sem sangue continuavam a viver
E se simplesmente se apagasse da história?
Pediria a Deus ou a um qualquer criador
Que logo que se lembrasse de fazer o mundo
Não contasse com ela desta vez
Mas lembrou-se depois que não foi Deus quem a fez
E não consta que o diabo cedesse a vontades
Já sem forças nem imaginação
Fincou o pé no chão
E resolveu renascer..
Regou os pés esperando que criassem raízes
E esticando os braços esperou as folhas e ninhos de pássaros felizes
Não se sabe ao certo quanto esperou
Mas dizem que se fez arvore
Sem terra
Sem raízes
Sem ninhos
Mas fazia uma bela Sombra!

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