Com_traste

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sábado, 30 de julho de 2011

Mantimento


Tenho-te sede
Engulo em seco os pensamentos
E divago no deserto da tua ausência
Hidrato-me com cheiro que de ti em mim ficou
Tenho-te fome
Mastigo as palavras que não digo
Como reservas, para talvez um outro dia pior
Alimento-me com tudo o que já vivemos antes
Tenho-te amor
E guardo-te como se guardam as coisas de valor incalculável
Dentro de mim inteiro e intocável
Respirando em doses cuidadosamente dimensionadas
Tenho-te
Como se fosse a única certeza
E nada mais querendo
Quero-te assim
Sem te ter

1 comentário:

  1. Alimentamo-nos em silenciosos desejos, que nos preenchem os vazios da incerteza, ficamos cheios deles e no fim repletos de coisa nenhuma. 1Bj இڿڰۣ—

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