Com_traste
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Borboletas na barriga
Ela enrolava-se na desordem do pecado original
Tentando a custo que lhe toca-se na sorte o inferno
De um outro pecado sem origem no bem ou no mal
Nascido da carne desalmada
Ou na alma de ninguém
Ela reconhecia-se na insensatez dos seus pensamentos
Embora com enorme susto aquando da primeira vez
Mas crescera e aprendera a aceitar-se desigual de quem a fez
E hoje renasce pura e casta tanta vez
Que se sente apenas confiada a uma nova sorte
Nem sempre certa
Nem sempre liberta
Mas renasce e faz-se muitas vezes mulher
Não se mente quando se sente malvada
Ou até quando se nega ser generosa
Apenas é
Uma outra que crê
Afundando em partes nebulosas
Que depois tenta matar
Por não ser tão cruel ao ponto de a deixar crescer
E afoga-a no estômago entre viscosos líquidos
Digere-se em movimentos automáticos
Como se fosse natural e orgânica
A mutação do ser quem é
Em substâncias que se fazem e desfazem do que sente e não sente ser
Na essência que a sustêm
Voltara a renascer tantas outras vezes
O pecado que sem ser original
A levará ao paraíso de se saber humanamente imortal
Até ao seu ultimo dia
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