Com_traste

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Prostituta da Vida



Não merecem as palavras nem o corpo
Muito menos a alma que vagueia
Ofertada em bandeja enfeitada
Matando a fome de todos os fieis descrentes
Dá-se como se fosse a ultima ceia
E lambuzam-se os pobres diabos
Escorrendo saliva pelos olhos
Enfartando à bruta o vicio
Da gula pecaminosa que os mantêm
Bulimia social
Que vinga dia após dia
Doentes crónicos
Aceites como saudáveis
E em jogos milagrosos
Vencem com xeque mate
Como se fossem reis
Coleccionam cromos, por vezes repetidos
Dentro da sua bíblia
Que abrem ao acaso para rezas de ocasião
Onde coabitam santos e palavras sem razão
Sacrificam-se os animais
Num ritual aceite
E nas noites tão iguais
Fazem-nos pensar que são gente
E nós teimamos
Queremos possuir a bondade
E damo-nos tantas vezes
Mesmo já sendo tarde…
E um dia ela vende-se
A alma desfeita do corpo
Enfeita-se
Rende-se
Como pu.ta na cama de outro
Numa outra vida
Reencarnara de novo
E talvez desta vez
Ela saiba só vender o corpo.

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