Com_traste

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Conversas de saltos Altos


Esgrimimos as palavras afiadas na ponta da língua
Os olhos em chama gritam autoritariamente
A verdade é aquilo em que acredito
E tu mentes ao dizeres uma outra convicção
Tua, apenas tua a ignorância
Soltam-se sorrisos irónicos
Na tentativa de pisar a estima do outro
Humilhando com um abanar de cabeça
A certeza que ridicularizamos no acto
E no fim do facto
Somos conscientes que em determinados momentos
Somos os saltos
Com que calçamos o ego
E destilamos as certezas vãs em copos pouco cristalinos
Onde a verdade é o cubo de gelo
Boiando enquanto ainda as palavras são sólidas
Diluindo-se apôs a conclusão que nada mais resta
Apenas água a mal dizer o vinho
Apenas a cor desbotada do fruto
E um copo usado, marcado a dedos
Engolimos em seco as lágrimas dos sentidos absolutos
E já descalços, somos do tamanho das certezas que gritamos
E a certeza é um pé pisando a terra ressequida
Sentido o grão e a pedra mesmo antes de a calcar
Nesse hora, somos do tamanho de todas as nossas verdades
Nunca antes confirmadas
E que tantas vezes passeamos em saltos altos.

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