Com_traste

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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Vigília


Acabam-se as tardes sem aviso prévio
E eu corro o risco de ficar assim
Presa na hora em que me penso
Ligada a um tempo que não passa
Como se o escuro lá fora fosse eterno aqui
E não importa o findar das horas
O passar do dia
Em mim anoitece sempre ao contrário
E no silencio
Quando todos dormem
Acordo num bom dia sorridente
Onde as estações não têm ordem estabelecida
E é primavera se te cheiro
Inverno quando me faltas
Se algum cão ladra ao longe
E escuto o galo madrugador
Vejo o passado das calçadas da rua ainda em pó
E um baloiço preso ao ramo da única arvore do quintal
Sendo o vento o único causador de movimento
E talvez seja outono
Porque caem todas as folhas do calendário
Neste colo que aninha os sonhos que adormecem
O frio que entra pela fresta
É o arrepio na pele quando me toco
E as tardes findam ao amanhecer do dia
E eu presa a este meu tempo
Incondicional
Sem aviso prévio…adormeço ao nascer do sol
E sonho
Com a noite em que acordaremos sendo dia

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