Com_traste

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domingo, 25 de dezembro de 2011

Ao Fim e ao Cabo


Ao fim e ao cabo
Naquele cais
Chega-se e parte-se constantemente
Como se a superfície fosse constante
E o ondular do mar, fosse firme e seguro piso, onde nos deixamos ficar na hora da partida
Talvez a segurança do porto seja a ilusão do horizonte
Como porto de chegada a fazer esquecer o porto de partida
E os dois existirem sempre naqueles que são de lugar nenhum
Os lenços que se agitam como um adeus até perder de vista
É apenas a saudade que nos sacode a ponta dos dedos
Num cumprimentar constante da certeza do que se sente
E os choros, infantis por vezes,
São as gaivotas que povoam o nosso imaginário
Nas lembranças que se prendem ao cais
Na esperança de quem não sabe por onde vai
E ao longe o navio que se aproxima
Trazendo mais uma vez a possibilidade de partir
Ou chegar…
Ao fim e ao cabo
Há sempre esperança …de nos tornamos autênticos portos de abrigo

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