Com_traste

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Já não há cartas de amor




A pena com que escrevo
Desenha a força das minhas dores em linhas rectas
A audácia do meu desejo em círculos
A doçura das palavras que não digo
Em pontos finais…
E todo o silêncio
Em horas e horas de ausência
Quando espero na página em branco…
A pena com que escrevo
Seca agora
Por não haver mais beijos molhados
E as lágrimas caírem transparentes
No coração vazio
Onde antes se enchia a pena de cor
Para que escrevesse as formas do teu corpo no meu
E em cartas de amor
Se juntassem todas as linhas que formam as palavras
Quando escritas com pena
Por não poderem ser ditas de outra forma

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