Com_traste

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sábado, 21 de julho de 2012

Obséquio




Trazia nas mãos a dádiva
E em cada face o perdão
Em jeito de confissão
Entregava-se ao senhor
Em gesto de bondade
Candura e sem maldade
Prometia-se inteira
Num acto de submissão
Aceitaria a dor
Pedindo em ladainha
Que quer com corda ou a própria linha
Lhe atasse o pudor
Que lhe corria nas veias
E dando os pulsos sem protesto
Aguardava a salvação
E acaso ele tardasse
Aguardaria serena
E num olhar suplicado
Pediria baixinho
Por favor
Mesmo que faça dor
Ate-me mais que o corpo ofertado
Ate-me todos os pecados
Ate-me a voz
Ate-me a visão
Ate-me o gosto doce do mel
Ate-me à minha condição
Ate-me a alma ao destino
Por obséquio...com jeitinho!












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