Com_traste

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Baldio


Evaporam-se
Por entre os dedos, as palavras
São agora o toque da visão ilusória do não dito
Os lábios entreabertos no silencio
Expressão em névoa
Gotículas de sílabas que se juntam em folhas soltas
Ao longo de um caule
Os picos
De uma possível rosa
Acaso as palavras fossem pétalas
E o campo em que nascem
Um baldio
Em descanso
Adormecido
Numa fuga ao destino
Que só ele comanda
Agora não, parece dizer
Contrariando a época de qualquer colheita obrigatória
E fica ali a ser apenas sossego disfarçado
Porque basta cavar um pouco
E a um palmo da superfície
Um fundo
Que se consegue ver vazio
Mas onde existem sementes de conversas
Jogadas ao acaso
Apenas porque existem palavras que se evaporam
Pela pontas dos dedos

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