Com_traste

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domingo, 22 de julho de 2012

Diário de Bordo I


Ao falar com um marinheiro
Tentei falar das vagas…ideias
Que me encantam ao mesmo tempo que amedrontam
Da rede…socialmente tecida
Com que se pesca ou caçam borboletas
Mesmo que sejam as da barriga
Falei do azul que finge ter o mar
E das conchas que escondem sempre as fortunas
E descobri depois
Que só mesmo no mar alto
Se consegue saber ao certo
A nossa capacidade de sobreviver
À força das coisas bonitas da vida
Eu..sei agora que morro afogada com facilidade
Porque apenas molho os pés e finjo boiar
E mesmo que vá ao fundo
Não contenho o pedido de socorro
Que me faz engolir oceanos
E comprova a força que não possuo
Morrer afogado é sempre em silencio dizem
Eu tenho duvidas que não tentemos gritar
Porque a esperança de existirem sereias e tesouros escondidos no fundo do mar
Não bastam para nos calar a vontade de pisar terra firme
Desde sempre que ousamos andar sobre as aguas
E desde sempre que sabemos que não existem milagres
O fascínio dos mares e do espaço…foi Deus que nos incutiu
Para ter a certeza da nossa morte

1 comentário:

  1. Ainda não vou comentar o teu texto. Apenas o deslumbramento pela forma como intitulaste o teu blog «aquijazzmim»!!! Tão denso e adequado. Belo.
    Fico murmurando :-)

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