Com_traste

Com_traste

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Era uma vez....duas ou três..


No reino dos sem cabeça
A única fabrica que existia era a de fazer chapéus
Nesse dia deram ordem
Procurem por todo o lado
Nas casas, nas ruas
Nos rios, no mar
Nos poços
Dariam recomPensa
Procuravam cabeças
Perdidas
Doidas
Varridas
Ocas
Formatadas
Agora são procuradas
Para dar cara à mão
Que usam e abusam na confecção
Para depois dar lógica ao objecto manuFacturado
Manequins usados
Rostos com pouca expressão
Mas
Pelo sim, pelo não
Pegam na cabeça mais à mão
E enchem-na de sentenças dadas
Atafulham-se de pensamentos repetidos
Algumas pequenas estórias
Factos nunca comprovados
Crenças e imagens de submissão
Ainda há lugar para memórias
História, chamada tradição
Olham-nas ao espelho expectantes
E enrolam ainda as pontas dos cabelos
Espetam bicos esbranquiçados
Ousados
E a cabeça caçada
É agora enfeitada com um belo travessão
Fixador de ideias
E houvesse tempo
Cobririam ainda as brancas
Mas as falhas já são tantas
Que de nada serve a tintura
Assume-se como nova moda
E ma.deixa, sim ou não
Ergue-se a cabeça enfeitada
Segue em frente presumida
E em fila de espera aguarda
Que mais uma outra cabeçada
Lhe dê ar de decidida
E assim continuam os tempos
De cabeças desOcupadas
E se algum pensamento louco
Ou uma outra convicção
Lhe possa causar defeito
Refazem o risco corrido
Pente fino sempre à mão
Temem o quebra cabeças
Pensam na decapitação
Então penteiam ideias
Ou disfarçam com perucas
E na terra dos sem cabeças
Tudo corre na perfeição
Importam peças já gastas
Exportam a nova geração
E as máquinas sem parar
Facturam de noite e dia
E se alguma cabeça dura
Ousar pensar em mudar
Cobrirão suas ideias
Com valores adulterados
Prendem a força dos sonhos
Dizem-se donos da razão.


Chapéus há muitos…pois então!

1 comentário:

  1. E são como as tampas dos tachos. Há sempre um certo para cada cabeça.... ;O)
    Um texto soberbo 1Bj

    ResponderEliminar