Com_traste

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quarta-feira, 29 de maio de 2013

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É angústia que me injectam nas veias todos os dias
Dada gradualmente
Picada ardilosa
Qual rega gota a gota
Abro os olhos e vislumbro um sorriso encenado
As batas brancas são iguais à do Sr. do talho
Mais um pouco de atenção
Quase peço silêncio ao próprio coração
Jurava que escutaria o cutelo a partir carcaças
Hummm são profissionais
Nem um pingo de sangue naquelas batas imaculadas
O lavar de mãos constante é suspeito
O único álibi é o local e um nome bordado no peito
Doí-me os olhos por fixar tanto os teus
E esse olhar vazio
Que foi feito de tudo que a vida te deu?
Quero um juiz
Um direito
Um cúmplice de Deus
E não me acusem de emocional sem razão
Já não há nada a perder
Porque só me tiram a paciência
E a crença nos homens bons
Qual o custo da ciência?
Se enquanto ainda se respira és acusado de gastar o ar dos outros
Demência
Estão todos loucos
E nós figurantes de uma cena teatral
O que custa não é o fim
É a fraca qualidade do ultimo acto
Por culpa do encenador
E tu, actor principal nessa peça
Aguentas
Sem queixume
A injustiça do papel que te fazem representar
Angústia, antes vinha só para o jantar
E agora
Gota a gota invade-nos os dias

1 comentário:

  1. Há queixume sim!
    Mas a angústia já é quase o único pão, e desce ligeiro com apenas um pouco de margarina rs

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