Com_traste

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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Pouca Terra



O comboio das cinco que passava impreterivelmente às seis em ponto
Trazia o jornal da manhã
Noticias frescas embora o comboio fosse a vapor
E na estação aguardava impaciente um senhor de idade
Já estivera lá no dia anterior e no anterior a esse
Mal se avistava o comboio, acenava um adeus com tamanha alegria, que quem assistia pensava sempre: É hoje, é hoje que finalmente veio.
Mas hoje, mais uma vez, ele depois de acenar baixou os braços..virou costas..e saiu das estação ao som do arrepiante travar das carruagens

Não foi hoje, ainda...
Mas amanhã, no comboio das cinco que chega impreterivelmente às seis..talvez viesse...
Ele voltaria a lá estar impaciente, a acenar alegremente e a virar costas conformado
Não fosse isso, para que viveria então?

1 comentário:

  1. Às vezes a vida é apenas o espaço e o tempo que medeia entre um comboio perdido e o seguinte, que teima em chegar ( passar) atrasado. :)

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