Com_traste

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domingo, 14 de abril de 2013

Eutanásia

Um livro é como um caixão
Guarda o defunto
E por mais que sentido, chorado quando lido
Ele jaz ali para todo o sempre
Quer o escritor queira ou não
Fim
Estava lá escrito..eu li, não me digam que não!
Porque os matam assim?
É tão cruel saber que o criam apenas com essa condição
É como um nado morto
Que insistem em dar à luz
Ainda mexe..sinto-o
Mas de nada vale a reanimação
São sempre mais difíceis estes partos
Sai a ferros
Sangram as mãos
E depois escolher a mortalha com que irá vestido...sádicos, é o que são!
Deve doer...mas sei que fingem, é impossível ser verdade, tanta alegria numa morte
Sabe-lo ali inerte...sempre presente
Estou em crer na reencarnação
E lamento agora a perda do seu criador
Também ele morre aos poucos...
Será isto morrer com as armas com que matou?
Resta como consolo...serem deles os reinos do céu.





1 comentário:

  1. Páginas celestes duma morte não morrida nem matada.
    Morte como existência e extensão.

    Cria que cria criador(es).

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