Com_traste

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domingo, 14 de abril de 2013

Nada...dor

Havia um nada pequenino
Quase não se dava por si
Era um nada quase
Um nada mal
Um nada aqui
Um nada na manga
Um nada de costa
Que mais parecia de lado, porque ninguém o via
Tal como aquele senhor magrinho que li uma vez numa história
Tão nada, tão magrinho
Que passava sem se molhar entre as gotas de chuva
Mas um dia
O nada cansou de servir para dele se falar apenas por nada importante
Nada grande
Nada essencial
Tomou coragem e cresceu
Fez-se um nada importante
Não havia perssoa de valor no mundo que ele não conhecesse
Nem terra longínqua que ele não tivesse visitado
Por um triz não foi à lua
Faltou-lhe um quase nada de sorte
Ora, quando ele já era um nada importante
Um nada com curriculum e história
Viu que quanto nada maior fosse
Mais nada se sentia ser
Andava triste
Cabisbaixo
Sempre solitário e pensativo
Mãos nos bolsos, sempre cheios de si
Peso nos ombros,como se alguma coisa o fizesse vergar
Foi então num belo dia em que nada tinha para fazer
Que resolveu deixar-se assim ficar
Nada
Nadica mais aconteceu
E ainda hoje, seja do nada grande ou do nada pequenino...nada consta que tivesse ficado para a história.



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