Com_traste

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domingo, 14 de abril de 2013

Atchimm

A vida
Corria-lhe nas veias
Era frase feita para si
Na pulsação ganhava sempre o 1º lugar no podium
Não conseguia evitar
Mesmo quando dormir corria um sono profundo dentro dela
Acaso o quisesse parar, era condenada a fazer a maratona dos sonhos
E como sabia que só isso a cansava de morte
Adormecia muitas vezes contrariada...mas cedia
Não queria morrer tão cedo, e muito menos por sonhar demais
Assim vivia
Cheia de vida
Tudo a encantava como se fosse sempre a primeira vez que via algo
Tudo para ela era espanto
Conta quem viu
Que nunca ela sofrera de tédio
Nunca soube o que era cansaço
E que ria a bom rir sempre que alguém falava de stress
Poucos, que a conheceram, souberam ao certo quem era
Não por ela não se dar ou não se querer mostrar tal qual era
Mas talvez por medo
Por temerem tanta vida assim
Nunca se aproximaram muito
Só tinha um amigo
Mas daqueles mesmo muito amigos
Para tudo
Verdadeiros
Para sempre
Chama-se vento
E era sempre nos seus braços que ela surgia
Alguns falavam de amor
Almas gémeas, diziam
Mas só eles sabiam o nome daquela união
E nada mais lhes importava
Quando o vento não estava
Ela ficava diferente
Porque era ele que lhe trazia as andorinhas a dançar nos olhos
Papoilas em beijos nas suas faces rosadas
Malmequeres nos seus cabelos longos
E noites quentes, onde passeavam os namorados
Mas mesmo sozinha
Ela nunca parava
Ia e vinha numa saudação constante às coisas, às pessoas, ao mundo
Fazia-os sorrir sem saberem bem porquê
Dava cor às ruas
Vida ao mundo
Para lá e para cá...numa corrida louca
Suspirava
Um dia ainda se vai aleijar...vaticinavam os mais pessimistas
Mas não consta que tal acontecera
A Maria Primavera seria eterna
Mesmo que alguns a julguem passageira







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