Com_traste

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domingo, 14 de abril de 2013

De noite...todas as palavras são minhas

Não devia ter sono
Há palavras que só surgem nos meus olhos acordados
E dormir é matar aquilo que poderia ser ainda inventado
Eu sei
É ousadia
Mas que fazer se é de noite e não de dia
Que tudo acontece como se fosse realmente novo
Mas cai o pano na cena incompleta
As luzes já não são da ribalta
Algures um farol ajuda algum marinheiro a encontrar de novo a vida
E eu insisto acordada
Como se fosse eu naufragada
Sem querer ver que são horas de adormecer de verdade
E nesse sono morre sempre mais que a madrugada
Morrem todas as coisas que penso...pela primeira vez
E é difícil não me agarrar a elas como bóias
São elas que me dão outra vida
Para poder matar enquanto durmo
E nesta contradição conto silabas
Uma a uma
Saltando a cerca ritmadas
Caindo aninhadas no meu leito
E quando acordar de manhã
Todas elas terão voado
Eu sei...por isso me nego a adormecer
Luto contra essa solidão
Mas...perco sempre
Boa noite
Dizem-me elas impacientes
Até amanhã
Respondo...não só por educação (e adormeço com um sorriso interesseiro)


2 comentários:

  1. Simplesmente genial! Já expressei e reescrevo: tens um talento que quase n cabe em ti... que cada dia se torna curto para se diga!

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    Respostas
    1. Que exagerooooooooooooooo
      1,65 m ;O)
      Obrigada amigo mas ainda bem que não sou de egos inchados senão...tu eras o culpado ;O) bj

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