Com_traste

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Do ridículo



Tu que ris
Sem dentes
Negas o ser que sentes
Em dentadas mortais
E morres pelo que dizem
As bocas bem cuidadas
Mas de saliva malvada
Babam as vidas dos demais
Abre bem essa garganta
Que te vejam as entranhas
Que te cheirem a essência
E acaso não vejam nada
Dá mais uma gargalhada
Cospe a bílis
Arrota a alho
Faz papel de paspalho
Finge mais um bocadinho
No final e com jeitinho
Ainda te dão aplausos
E acaso ainda sorrias
Ficas bem na fotografia
Serás mais um rejeitado
Mas com direitos de autor
É que a diferença da dor
Está na mão do dentista
E tu
Seu grande artista
Palhaço
Bobo da corte
Não tens culpa de não ter dente
Para roer tanta amargura
E sorris com boca escura
Apenas por seres mais puro
E comeres de pequenino
Pão do dia de ontem
Que fede a fome
Sabe a pouco
Que comes tu e os porcos
Mas enche a barriga dos doutos
E ri
Ri muito
Dá pinotes
Que do rir te fazes forte
Mais forte que os sisudos
Que te julgam quase morto
Quase gente
Quase tu
Mas no fim quem os conduz
Será a tua gargalhada
E...não tarda mesmo nada
Serás o ultimo a rir
Dentada a dentada
E a sorrir
A loucura vencerá

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