Com_traste

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sábado, 16 de junho de 2012

Umbilical V



Não percebo as pessoas
Entendo os Deuses em quem não acredito
Subir a um palco
Não é subir ao céu
Mas babam-se como Baco
E afogam-se no próprio vinho
Lambem-se arrastando os corpos decapitados
E fazem de Zeus, caso não se sintam amados
E Afrodite, dengosa criatura
Ousa amar a própria figura
Idolatram-se
Prometem-se eternos
Mas ai de quem não lhes retribua o beijo
Perdem o pejo
E rogam pragas até ao salvador
E aqui D’el rei
Como podem não lhes beijar os pés?
E vestem e despem-se da nudez
Que o Rei vai nu e ninguém vê
Passeiam-se orgulhos no andor
E o espelho já quebrado
De narciso enfeitiçado
Nada sabe
Nada ouve
Nada vê

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