Com_traste

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segunda-feira, 12 de março de 2012

Naif


Ela era assim
Como obra de arte acabada à pressa
Andar desengonçado
Boca desenhada em traços nervosos
Olhos de criança
O seu ponto negro
Era um eco
Do seu espírito ecológico
E o ambiente em seu redor
Canalizava os resíduos para o seu ponto
Produzindo o eco
Que como eco ponto era colorido
Contrariando o negro
Que lhe enchia a ponta do nariz
Era uma mulher na casa dos trinta
Naquela rua os números de policia
Eram todos pares
Para andarem acompanhados nas ronda nocturnas
O nome era Graça
E estranhava que lhe perguntassem a sua com ela na boca
A sua simplicidade era cativante
E prendia por deixar livre as aguas que lhe rebentava constantemente
Vestia vestidos
Pela dificuldade em entender como raio vestiria ela um fato
Se o acordo era um facto consumado
Usava meias de liga
Sem nunca ter jogado em qualquer divisão
Sabia de cor a cor primária dos olhos do seu amado
E ostentava o diploma do curso que seguia outros rios
Sem presunção
Com ingenuidade
Dava-se como quem gera um filho
Concepção de geração espontânea
Criava como dom divino
A obra
Da graça
Do seu espírito

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