Com_traste

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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Vicio...


Em silencio deram as cartas
Sentiam a emoção do vicio do jogo
O coração controlado pela mente treinada, batia de forma inaudível aos outros
Só eles sentiam o peito a voar a cada batida
Acariciaram todas cartas como quem faz amor com a sorte
Demoravam o momento de cada jogada propositadamente
As cartas dadas desde o inicio, sorriam nas mãos
Todas as regras pareciam ter sido esquecidas
Só eles sabiam do acordo dito em surdina, na hora de baralhar o jogo
A cada investida de um trunfo jogado na mesa
Havia a espera tântrica de prolongar a desforra
Salivavam
Os olhos sorriam como que num orgasmo múltiplo
Esperam um pelo outro, cúmplices
O suor do rosto pinga, deixando marcas das cartas que desvendava a sorte
O tempo não foi marcado, saberiam a hora certa do fim, quando um dos dois deixa-se de dar
A audiência desistiu de assistir, vencidos pela certeza dos dois
Apostavaram em vão, pensaram…no empate não há vencedores
E quando menos esperavam
Já sem cartas à vista dos outros
Retirada de mangas doces e silvestres
O Às de copas aparece
Matando o Terno coração dos Dois.

Findara o jogo sem vitória
Mas guardarão para sempre a carta viciada do Amor…e a maçã deixou de ser o fruto do pecado

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