Com_traste
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
EntreAberta..ainda
Continua velha
A pele, por ter tempo visível
Despe-se mostrando as cores que já tivera
Mas continua janela como sempre fora
A madeira já não resiste ao vento e à chuva
Ainda lembro quando de noite a ouvia lutar contra eles
Protegia-me do frio da rua
Deixando-me ficar nos sonhos quentes
E já nem sei ao tempo que a deixei para trás
Mas quando a visito está na mesma
Semiaberta ao mundo da rua
Semicerrada às minha memórias
E nessa fresta escura que fica entre os dois espaços de tempo
Espreito-me pequenina
E vejo as pedras gastas da rua
As estrelas de outras tempos
Os dias e as noites com rosto
Foi janela de espera
Foi meia porta
Encosto
E hoje no mesmo sitio
Uma ave talvez cansada
Espera que chegue o dia
Fazendo da minha janela
A cama de um voo deposto
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