Olham-se
E na lentidão do sorriso
Espelham o desejo contido quase em dor
Num morder de lábios tímido
Ela move-se ao som da música
Colocada na cumplicidade de uma gargalhada
Os minutos são eternos olhares
E despem corpos num gesto pudico
Que atiça
Ele
Encosta-se à parede branca
Que na penumbra da sala o torna vulto
Sorri maliciosamente
E o brilho dos olhos ordena que continue
Em volta o vazio
Que em breve ocuparão com todos os sonhos
Enquanto isso
Ele pede que se deixe ficar calçada
Em passos de dança
Unem-se pelo olhar
Que os comanda
Sem comentários:
Enviar um comentário