Com_traste

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Fora do lugar

Esta cabeça tonta
Enrola os pensamentos
Mastiga ideias
Conclui e manda fora
Para logo depois querer de novo

E volta a pegar na ideia desfeita
Confunde-se com a falta delas
Ou com as ideias feitas
A culpa é desta cabeça sempre fora do lugar
E ando assim com duas orelhas perdidas
Com nada entre
A sorte é quando brinco(s)
Geralmente desiguais
Variando a prata da casa
Para quando olhar ao espelho nada reconhecer
E se afinal aquilo que penso quando a cabeça está longe
For completamente contrário de quando a deito?
Nunca foi de intimidades com a almofada
Mas sossega disfarçada
Quando nos sonhos se embala
E se afinal quem fala não sou eu?
De que me serve pintar os lábios nos teus
Se a marca do batom não é o meu?
E quando pinto os olhos
A sombra que fica me assombra
Como fantasma do que fui ai contigo
E se nada digo
Nada penso
Nada beijo
Ninguém sabe que existo
Sobejo
E é assim que me sinto
Como excedente de mim
E saio por ai em voos
Até que consiga colocar a cabeça no lugar

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