Com_traste

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Estado critico


Quando elas voam na barriga
Fazendo contorcer o corpo em convulsivos movimentos
Os olhos são luzes num piscar constante confundindo as mudanças de direcção
E o sorriso, nervoso, causa paragens de transito nos circuitos sanguíneos
Acumulam-se dores nos órgãos doados
Prantos nas cordas vocais dos cantores românticos
E tudo em redor parece girar a um velocidade ilegal
O chocolate esgota no super mercado
E derretemos barras de ferro com suspiros
Acusamos o tempo de não obedecer à nossa vontade
E o sol é sempre o pôr numa praia deserta
O estado febril com que o galo nos acorda pela manhã
Origina banhos frios
Com as gotas de suor que acumulamos em frascos de perfume vazios
Tomamos o pulso ao minuto
E é impossível acender um cigarro à primeira
Mexe-se o café mesmo sem colocar açúcar
E escrevem-se frases ridículas de poetas mortos
No guardanapo usado
O pensamento é sempre uma revolução
Causando greve geral de todas as ideias anteriores
O coração acelera
E o travão é o beijo
Dado pelo caçador de borboletas

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