Com_traste

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Borda d'água (ou quando muda a lua?)


A noite encaixava no céu como se fosse lá o seu lugar de sempre
O escuro nítido de fundo
Criava a lúcida certeza de que nada mais existia naquele lugar
Havia quem falasse da existência de um sol
Mas para quem tivesse duvidas
Bastaria olhar a noite hoje e saberia que tal era impossível
O céu é da noite…claramente da noite!
E a lua parecia crescer de esperança
Balançando como berço
Lentamente
Tão lentamente que embalava os corpos
Nus, numa dança ainda por ensaiar
Passo a passo
Ele com um braço firme na cintura dela
Comandava
Olhos nos olhos
Os braços livres caídos mostrando um desapego contrariado
Os corpos completavam-se nos movimentos
Quem visse julgaria ser a ultima cena do filme
Só eles saberiam o tempo de espera ainda pela frente
O 1º acto ainda por ensaiar
E a lua continuava em crescente
Balançando na mesma cadência que os corpos
Até que chegue a hora em que se beijam como nos filmes
Ao mesmo tempo que a lua…cheia, explode na noite
Perdeu-se a noção do tempo
E só com a mudança da lua se consegue adivinhar
O tempo que leva um beijo a nascer
Quando está por ensaiar

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