Com_traste

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terça-feira, 22 de março de 2011

Insana


Insana
A poesia que não escreves por receio
Comes à pressa as palavras já frias e dormentes
Engoles em seco
Renegando a saliva que provocam
Quedas-te assim eternamente
Louca
Perdidamente louca
Engolindo a tua essência
A única certeza que reténs
É a tua capacidade de te alimentares infinitamente delas
Do que não escreves nem dizes por pudor
E mesmo temendo a lei dos homens
A gula do teu pecado sacia-te com pureza
E se por acaso te descontrolas
Vomitando as palavras obscenas que conténs
Soltas-te em rezas
Jurando ser o diabo que te possui
E em caso de impossível salvação
Doas o corpo para a ultima punição
E que te usem depois
Como prova do dom de Deus
E o poema final falará da santa que se suicidou

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