Com_traste

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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Dualidades


Gosto do jeito louco
De ser pouco
E da forma como me olham com desdém
Porque de facto o que quero
É ser Ninguém
Ser um quase
Um bocadinho
Não há
Não existe
Ninguém viu
Ninguém conhece
A coisa que por um triz acontece
Um quase, quase
Um talvez
Um não me importo
Não quero saber
Nulo
Abstenção
A possibilidade
O chegar tarde
Já passou
Foi-se
Vaga ideia
Por um fio
Da vela o sopro no pavio
O tempo que fugiu
Cai não cai
Migalhinha
O nó no meio da linha
Meia dose
A incerta
A pausa
Semibreve
Fora de jogo
Unha negra
Aquilo que nunca chega
Os pontos sem união
Linha enleada
Ferida que não dói nada
Folha do livro dobrada
Fim de linha
Interrogação
Incógnita
Sem pulsação
Sombra da aparição
E a própria contradição
Ser ninguém é uma maçada
Vá, sê gente!
Já não dói nada
Tens o treino
A mestria
E como por magia
Surge alguém dentro de ti
E se lhe chamarem ninguém…sorri!

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