Com_traste

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domingo, 28 de novembro de 2010

Com...Tacto(s)




Nem o tempo

Nem a distância

Nem as aves predadoras

Retiram de nós a certeza

Que com o toque

Contacto sem tacto

Em que possuímos sem poder

Nos reavemos

Parecendo vir de longe

Ainda antes de nos sabermos preferidos

Naturalmente traçados

Sem traça social ou projectada

Sem redes

Sem chão

Sem tecto

Edificamo-nos nos olhos

Nas falas

Nos jeitos dos gestos vigiados

Nos corpos divinamente encaixados

No querer

Poder

Fazer

Contacto

Fora do que é a lei natural ou criada

Um livro
Um copo de água fresca

Uma terra perdida junto ao mar

Uma falésia

Ou nas ruas dos dias que passam

Com esquinas de encontros

Traficamo-nos

Em palácios

Bastando poucos metros quadrados

Com altares vazios

Para que nos entreguemos ao contacto do sobrenatural

Crentes

Enquanto dura a eternidade da existência dos dois

Em correntes sanguíneas alteradas

Alternadas

Positivo o teste

Caso houvesse alguma duvida

Da gravidez dos nossos âmagos

Depois de nos fecundarmos

Em conTACTO

Sem tempo

Sem distância

Sem tacto
 

1 comentário:

  1. "Nem o tempo, nem a distância", nem o crime, nem o voto em branco me impedem de vir aqui e gostar do que leio e divertir-me com os trocadilhos.
    A dificuldade está em dizer num comentário, sem me repetir (e repito-me sempre)isso mesmo.
    Ou então brincar com as palavras , mas perante o que leio por aqui, fico gago.

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