Com_traste

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Deixem-me inventar o Amor sff


Não me apetece ter mais vontade iguais a tantas outras
Nem dizer as palavras doces que já antes adocicaram outras bocas
Não me apetece ser assim… qualquer outra

Poderei alguma vez ser só e apenas ..a louca

E nem desejar

Nem querer

Nem sentir demais do que é esperado

Ser apenas ser..

Eu

Sem o meu Eu ser igualado

E depois o Tu Que me baralha o ser

Pensar ser assim, só por Eu em Ti me perder

E do Tu e Eu fazer um Nós

Sem outro Nós acontecer

Mas já tudo está inventado

E mesmo parecendo que não

O Eu e Tu deixa de ser invenção

Plagiado o Nós

Com mais que uma conjugação

Existe Um Tu e Eu

Um Eu e Tu

Um Tu e Ela

Um Eu e Ele

Um Tu e Elas

Um Eu e Eles

Todos… Nós.

E assim se perde a origem e originalidade do ser

Qualquer poeta escreveria igual

Qualquer actor fingiria a mesma dor

Qualquer Eu seria Tu

Qualquer Tu seria Eu

Todos ..Nós

E que me resta afinal se nem sei ser original?

Inventarei uma outra que ainda pensando ser louca

Se invente apenas Desigual.

Nesse dia não se repetirão palavras de Amor pelos poetas

Não se escutarão músicas já antes suspiradas

Nem se darão os beijos em bocas já pintadas

E se querer inventar o Amor for ousadia

Que se escreva amor sem a grafia

Que se amem os corpos sem poesia viciada.

Não quero ser cópia da vossa fantasia

Deixem-me ser o invento

A origem da poesia Ser a causa, a razão e primeira criação do Amor.
Depois?

Era alquimia e em cada novo amor uma outra forma se criava…

rodeado de vapores e cores
cheiros, liquidos nunca antes misturados E por fim a solução explodia e um novo amor se inventava

Desigual

E nenhum de Nós se repetia

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