Com_traste

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sábado, 25 de setembro de 2010

PRAIA DESERTA




Ias e vinhas nas ondas…
Salgando o meu corpo adormecido
No chão erguíamos castelos de espuma
guardados em muralha de areia fina.
Entre conchas escondíamos pérolas,
nossos tesouros mais íntimos
Tão puros
Tão nossos
Tão segredo
Antes do amanhecer
Fazíamos fogueira com ramos secos
e dançávamos nus como crianças
Com risos traquinas
Olhares marotos
Chamavas-me sereia e eu ria.
Depois, nadava mais uma vez até ti.
Parecia ser sempre esse o sentido da corrente.
Exaustos, deitávamo-nos de mãos dadas
e deixavas-te ficar aguardando calmamente a maré
Em silêncio eu olhava as estrelas
não a querendo ver chegar.
De dia procurava a tua bravura nas ondas
Lançava-me ao mar em busca dos teus abraços
e abandonava-me nos beijos salgados só teus.
Passeava na areia molhada na busca de um ou outro dos nossos segredos
Sorria ao ver o pôr-do-sol,
breve chegaria a noite
E tu... na próxima maré…

1 comentário:

  1. "Uma praia deserta" é o único tipo de comentário que se pode deixar a um poema como este. Nem ouso pisar a areia para não deixar "os meus próprios passos" gravados nela.
    Fica um ligeiro sulco que o vento em breve apagará, mas que, enquanto dura, dá nota de que passei por aqui. Mesmo que tenha sido di vagar...

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