Com_traste

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terça-feira, 10 de março de 2009

1º AcTO







Ato -me e desato-me
Em apertados nós
Tentando ligar as pontas dos sentires
Prendendo os dedos
Para que não voem
Prendendo a alma
Para que não se perca de mim
Enlaço o corpo
Amarro a voz
Aperto as dores antes que cheguem
Entre laçada e laçada me prendo
Entre nó e nó me liberto
Junto os egos baralhados
Finjo-me solta
Finjo-me outra
Ato-me e desato-me como louca
Só mais uma vez,
digo contendo o respirar
Solto-me antes que seja sempre mais tarde
Sei que voltarei a apertar
Sou contorcionista
Sou a corda que me aperta
Sou o próprio nó em laço disfarçado
Sou o laço sem nó dado
Sou o próprio acto do "ato"
Ato-me e desato-me sem "nós".

6 comentários:

  1. Conheço perfeitamente esses nós...
    É um vício em que teimamos...
    Não é necessário ao bem estar... mas quem é que está interessado na monotonia dos bem-estares?

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  2. Nós, laços, atilhos, novelos... somos nós que nos amarramos às cordas que nos amarram.

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  3. nada como sentir a culpa dos nossos nós. é a 1º fase de um desapertar permanente até que ...

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  4. mas...
    poderiamos levar uma vida leve

    daquelas que se compram nos supermercados
    em embalagens ecológicas

    e conteúdo light.

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  5. Diz que para se dar um nó são precisas duas pontas, de fios soltos ou ligados entre si... Uma vez se tratando das pontas certas, o nó pode ser dado mesmo que cego pois jamais será desfeito. O problema está em por entre emaranhados de pontas e fios que se atropelam, encontrar a ponta certa...

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