Com_traste

Com_traste

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Aqui jazz





Nem sei se é assim que se morre..mas eu morri assim.

Também nem sei como se vive..e eu vivi.

Era uma tarde calma de um dia longo de verão,

Senti um cansaço enorme, sentei-me.

Deixei de olhar, de escutar, e fiquei ali abandonada apenas.

E simplesmente..já não importa!

Não quero saber se é assim ou não!

Quero morrer sem caixão. Quero abandonar-me, Como quem dorme sem vontade, (sim, porque vontade de adormecer só tem quem vive)

Como quem tem direito a não ser nada.

Quero ser nada, coisa nenhuma, Quero que me esqueçam e esquecer também..

Não quero o cheiro de flores que secam como as lágrimas.

Não quero saber como se morre ou se há céu.

Não quero!

Isto cansa, moí, roí, esgota, satura, mata!

Não quero mais saber como se respira.

Farta de movimentos obrigatórios, De regras e de mandamentos, de deuses que mentem, de humanos divinos.

Não me importa, não quero saber se existe vida em Marte, Nem se há o bem e o mal. Quero morrer a sorrir amando a loucura.

Quero ser a falta de senso, a sem sentido, A marginal e a demente.

Quero acordar depois… já sendo tarde.

E ouvir apenas dizer que morri…assim.

E nada ler na campa desfeita de preconceitos, Porque nada se pode escrever sobre mim. Nem sei se é assim que se morre.

Mas eu…sim, eu morri assim!




Lembro de ter morrido um dia lentamente..assim Não importa se com ou sem dor Foi naquele dia em que simplesmente me apeteceu deixar ir… Depois aprendi-lhe o gosto E essa morte sabe a figos passados A mel, no pão de côdea estaladiça A jazz escutado na solidão Aqui Jaz..zz

3 comentários:

  1. um grito? um lampejo?
    ou um longo e eterno desejo?

    ResponderEliminar
  2. Hum hum em bem nos deixando ir, principalmente por onde queremos mas que não devemos, pode-se morrer de facto, permanecendo vivo... Revejo-me um pouco nestas tuas palavras...

    Beijinho.

    ResponderEliminar
  3. Bem nada como começar pelo inicio.E começa bem. parece que aqui morreste e renasceste pelos vistos.
    Aqui jazz muita vida.

    ResponderEliminar