Com_traste

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terça-feira, 27 de abril de 2010

Livro de estórias...


Chegaste
Sem espada nem armadura
Qual cavaleiro sem vontade de guerras
Nos olhos e nas mãos
O vazio das batalhas perdidas
Ao mesmo tempo, no peito
Todas as forças das vitórias
E ela desceu a ponte
Abrindo os portões do tempo… outro
Feito tempo teu
Abrindo fendas nas muralhas
E o mundo real evaporou-se nos vossos olhos
E na terra do Era uma vez…num pais muito distante
Aconteceram todas as histórias
Do É uma vez…agora
Aqui e até perder de vista o tempo
E percorreram os caminhos dos medos
Nas mãos dadas lá longe
Olhando o pedras da rua e as flores nas janelas
Os rostos dos Bons Dias que nunca partilharam
Os sorrisos estranhos dos que pensam ser personagens reais
E no fim da história
Nada do que aconteceu poderá ser contado como conto de fadas
Nem os duendes que habitam nas profundezas das nascentes de água pura
Poderão alguma vez dizer que foi ali que tudo se passou
Pois..nem tu conquistaste castelos
Nem ela se deixou morrer nos teus braços
Apenas..foram felizes para sempre
Ali
Enquanto o ali foi olhos sorrindo em beijos
Mãos que se olharam na distância
Corpos… possuídos por fantasmas sonhados

Foi uma vez…a história nunca se repete igual.

sábado, 24 de abril de 2010

Abril..ainda por cumprir - Os Demitidos-Jorge Palma




Trago-te na palma de mão
Entre os dentes
No cabelo
Trago-te rubro nos lábios e nas veias
Trago-te ainda nos meus olhos… húmidos
E no peito..sempre no peito
Liberdade…

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Queimo-me..


Queimava o tempo em cigarros
de mortalhas já quase cinzas
De brasa feita de chama
fumegava ao vento a alma
Erguia-se negra
Rumo à eternidade prometida
Quisera ser sempre assim…
Fumo que se expirasse
e depois seguir sem pressa
divagar assim…
Nos olhos a arder a raiva
Nos lábios o sabor amargo
e um suspiro..
parecendo ser o derradeiro
cada vez que se perdia em sopros
de dentro para fora de si..
queimava o tempo…
lentamente
morria…nos seus dedos

Cata_Vento


Rodopiava como louca
Em voltas sobre si mesma.
Quando o vento nem mexia
Cata-Vento Maria
Perdida na ventania
Rodava
Rodava...

Folhas
Troncos
Restos..
Tudo o vento levava.
Na Roda-viva da vida
Cata-Vento Maria
Com o vento que não bulia
Voava...

Cansada de não parar
E o vento acusar
Sem ter sul
Sem ter Norte
Cata-vento Maria
Pensando que enlouquecia
Parou…de soprar.

sem..sombra..de dúvida?


Ergue-se do chão a sombra
Do ser que sem saber a segue
Colada à parede em papel florido
A alma que disfarça o bolor do tempo
E ao som do vento dança
O longo cabelo em ondas escuras
Descalços pés
Doridos em pontas
Fazem rodopiar o corpo
Esguio
Solto em movimentos redondos
Dança sonhada vezes sem conto
E em espera dorme ainda
Aquela que segue em forma de sombra
A nua bailarina do vestido branco…